Crente Pode Participar De Festa Junina?
Há uma época do ano, que levanta uma grande questão entre os evangélicos: Crente Pode Participar De Festa Junina?
Pois, especialmente no Brasil, no mês de junho, a Festa Junina é muito popular, influenciando diversas classes sociais.
Mas, afinal, crente pode ou não pode?
O que a Bíblia diz sobre isso?
Neste artigo iremos trazer as respostas destas questões, com base bíblica e histórica, para que você tire as suas conclusões!
Qual É A Origem Da Festa Junina?
Antes de tudo, primeiro é importante sabermos a Origem da Festa Junina, para termos mais clareza sobre esse assunto, não é mesmo?
A Origem da Festa Junina está ligada a tradições religiosas pagãs europeias, comemorando o solstício de verão, o dia mais longo do ano, que ocorre por volta de 21 de junho no hemisfério norte.
Com isso, essas celebrações eram marcadas por vários rituais, que agradeciam às divindades pela fertilidade da terra e a abundância das colheitas.
Com o tempo, por volta do século 5 d.C., a Igreja Católica incorporou o tão famoso “sincretismo”, que resultava na associação de tais festivais já existentes, aos santos mais populares de sua época.
Portanto, as festas juninas, começaram a ser em homenagem a São João Batista, São Pedro e Santo Antônio.
Embora inicialmente na Europa, posteriormente essas festas chegaram ao Brasil com os colonizadores portugueses, que foram fortemente influenciadas por elementos das culturas indígenas e africanas.
Com isso, as Festas Juninas no Brasil ganharam características próprias e hoje muitos até já estão familiarizados com algumas práticas, que iremos aqui destacar.
Portanto, a Festa Junina é um exemplo de sincretismo de raízes muito antigas, resultando assim, em uma celebração cada vez mais popular, que ainda traz muitas dúvidas no meio evangélico.
Quais Os Significados Dos Elementos Usados Na Festa Junina?
A Festa Junina é rica em elementos que carregam diversos significados históricos e religiosos.
Embora muitos utilizem tais elementos, poucos sabem das suas verdadeiras origens e de seus reais significados, que podem ser mais profundos do que possam imaginar.
Portanto, vamos destacar alguns desses elementos, mostrando o significado histórico e religioso, que há por detrás.
Aqui estão 7 dos principais elementos das Festas Juninas:
- A Fogueira De São João;
- A Dança De Quadrilha;
- Os Balões Da Festa Junina;
- As Comidas Típicas;
- As Roupas De Caipira;
- As Bandeirinhas Da Festa Junina;
- As Simpatias E Adivinhações De Casamento.
Vamos agora abaixo detalhar cada um, para ter um maior entendimento sobre esse assunto tão intrigante.
1. A Fogueira De São João:
A Fogueira De São João tem uma origem histórica um pouco diferente do que muitos imaginam.
Pois suas origens são das celebrações pagãs de solstício de verão na Europa, onde o fogo era usado para “espantar os maus espíritos” e garantir “boas colheitas”.
Com isso, as fogueiras eram acesas como uma forma de reverência ao “deus sol”, também como um meio de “purificação” e “proteção”.
Portanto, as grandes fogueiras, ou “bonefires” (fogueiras de ossos), como era comumente chamada na Inglaterra, eram centrais para essas celebrações.
Pois acreditava-se que pular sobre as fogueiras traria “boa sorte” e “proteção também contra doenças”.
Além disso, também era muito comum dançar ao redor das fogueiras, para conduzir rituais de fertilidade.
Mas, no sincretismo católico foi incorporado um outro significado, que Isabel, mãe de São João Batista, acendeu uma fogueira para avisar sua prima Maria sobre o nascimento de João.
Porém, na Bíblia, o nascimento de João Batista é mencionado no Evangelho de Lucas, no capítulo 1, nos versículos 57 ao 63, não havendo nada de fogueira, confira logo abaixo na Bíblia versão ACF:
“E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.”
2. A Dança De Quadrilha:
A Dança De Quadrilha tem origem nas danças de salão europeias do século XVIII, especialmente na França, e foi adaptada no Brasil.
Na dança de salão francesa chamada “quadrille”, que era popular entre a aristocracia e a burguesia, envolvia quatro pares de dançarinos, dispostos em um quadrado, executando movimentos coreografados ao som de música instrumental.
Mas com o tempo, a “quadrille” francesa se espalhou por outras classes sociais e passou por simplificações, tornando-se acessível a festas campestres e eventos populares.
Posteriormente, a dança de quadrilha chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses no século XIX, que já haviam adaptado em suas próprias festas e tradições.
Após a adaptação portuguesa, foi a adaptação brasileira, implantando a famosa dança de quadrilha às festas juninas, recebendo influências das danças e culturas locais.
3. Os Balões Da Festa Junina:
Os Balões Da Festa Junina remontam o costume das celebrações pagãs europeias, pois o ato de lançar balões simbolizava os pedidos e orações, para que subissem aos céus até os deuses.
Embora seja algo simples, muitas pessoas acreditavam e preparavam várias preces feitas aos santos juninos, especialmente São João Batista.
Com isso, os balões eram feitos de papel de seda, amarrados com uma armação de bambu e lançados ao céu com uma chama acesa dentro para aquecê-los e fazê-los subir.
Mas os balões juninos, embora tradicionais e simbólicos, representam um risco significativo de incêndios, especialmente em áreas urbanas.
Pois o calor da chama pode incendiar florestas, residências e instalações industriais e devido aos riscos, a prática de soltar balões foi proibida por lei no Brasil.
Com essa decisão o pais, a legislação busca prevenir incêndios e garantir a segurança pública, que todo cidadão necessita.
Portanto, hoje em dia, a fabricação, venda e soltura de balões são consideradas crimes ambientais previsto no artigo 42 da Lei nº 9.605/98.
4. As Comidas Típicas:
As Comidas Típicas da Festa Junina, como milho, pamonha, canjica, e bolo de fubá, têm origem nas colheitas de junho e refletem a agricultura de subsistência das comunidades rurais.
Por exemplo, os indígenas já preparavam diversos pratos à base de milho, como pamonha e canjica, muito antes da chegada dos colonizadores europeus ao Brasil.
E o milho é a base de muitas comidas juninas, pois é um símbolo muito forte de fertilidade e abundância e a generosidade da terra.
Os doces típicos das festas juninas, como pé de moleque, cocada e arroz-doce, seguem essa mesma tradição de oferendas aos deuses.
Portanto, as comidas típicas juninas tiveram primeiramente a origem de celebrações pagãs do solstício de verão, que foram posteriormente adaptadas e incorporadas às celebrações católicas dos santos populares.
5. As Roupas De Caipira:
As Roupas De Caipira tem origem das festividades de São João, que envolviam danças e trajes típicos dos camponeses. Essas roupas eram simples, funcionais e refletiam a vida rural.
Pois na antiga Europa, durante festas populares, era comum que os camponeses tentassem imitar a moda da aristocracia, ainda que de forma simplificada e com materiais mais acessíveis.
Quando os portugueses trouxeram as festas juninas para o Brasil, a moda camponesa foi adaptada ao contexto brasileiro.
Com isso, as roupas de caipira passaram a refletir a vestimenta dos trabalhadores rurais brasileiros, especialmente do interior e do Nordeste.
Inclusive, o termo “caipira” refere-se aos habitantes do interior, cujas vestimentas eram influenciadas pela necessidade de roupas duráveis e práticas para o trabalho agrícola.
Os homens usam calças remendadas e camisas xadrez ou listradas, representando a simplicidade e a funcionalidade das roupas de trabalho rural.
Com o chapéu de palha, que é um acessório essencial para os trabalhadores rurais, que utilizam para se proteger do sol durante o trabalho no campo.
As mulheres usam vestidos de chita, um tecido barato, colorido e com estampas florais, muito comum entre as mulheres do campo.
Também usam tranças no cabelo, amarradas com fitas coloridas, e às vezes pintam bochechas rosadas para representar uma aparência saudável e vigorosa típica da vida no campo.
Portanto, vestir-se de caipira era uma forma de homenagear as tradições rurais e reforçar o caráter comunitário das festas juninas.
6. As Bandeirinhas Da Festa Junina:
As Bandeirinhas Da Festa Junina antigamente era com símbolos dos santos juninos, para celebrá-los e adorá-los, que remonta às tradições europeias de erguer estandartes em celebrações.
Inicialmente, as bandeiras eram usadas para já marcar o início das festas, decorando e consagrando os locais de celebração aos santos.
Portanto, os mastros eram decorados com figuras de santos, como São João, São Pedro e Santo Antônio, que simbolizava a devoção e o pedido de proteção divina.
7. As Simpatias E Adivinhações De Casamento:
As Simpatias E Adivinhações De Casamento praticadas durante a Festa Junina têm origens em antigas crenças populares e práticas pagãs de prever o futuro.
Pois durante o solstício de verão, acreditava-se que as “forças da natureza” estavam em seu auge, facilitando previsões sobre o futuro, especialmente em relação ao amor e ao casamento.
Na Europa medieval, a prática de adivinhações e simpatias era comum em várias festividades.
Muitas dessas práticas são baseadas na magia simpática, que envolve rituais simbólicos para influenciar ou prever o futuro.
Com isso, nas Festas Juninas, essas práticas são frequentemente dedicadas a Santo Antônio, o “santo casamenteiro”, e são usadas para prever casamentos e relacionamentos futuros.
O Que A Bíblia Fala Sobre Participar De Festas Pagãs?
A Bíblia, em diversas passagens, adverte contra a participação em celebrações consideradas pagãs ou que envolvem algum tipo de idolatria.
Portanto, vamos agora listar 3 das principais passagens bíblicas, na versão Almeida Corrigida Fiel (ACF), sendo 2 referências escrita pelo apóstolo Paulo e 1 por Moisés.
Leia com atenção, consulte a sua bíblia e tire suas próprias conclusões:
1. (1 Coríntios 10:20-21):
“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.”
2. (2 Coríntios 6:14-17):
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei.”
3. (Deuteronômio 12:30-31):
“Guarda-te, que não te enlaces seguindo-as, depois que forem destruídas diante de ti; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: De que modo serviam estas nações os seus deuses? Também eu farei o mesmo. Assim não farás ao Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses.”
Em apenas essas 3 referencias bíblicas, já mostram uma clara preocupação em evitar a mistura de práticas pagãs ou idolátricas, com a adoração a Deus.
No contexto da Festa Junina, enquanto muitos aspectos são de caráter cultural e não religioso, a celebração ainda está associada aos santos católicos.
Além de ter origens pagãs antigas e profundas, que pode ser visto como idolatria por várias denominações cristãs evangélicas.
É importante notar que a interpretação e a aplicação dessas passagens podem variar amplamente entre diferentes grupos cristãos.
Pois algumas comunidades podem ver a Festa Junina simplesmente como uma celebração cultural sem implicações religiosas, enquanto outras podem evitá-la por considerá-la inconsistente com sua fé.
Portanto, para uma orientação específica e pessoal, é sempre aconselhável buscar o conselho do seu pastor, dentro da sua própria igreja ou comunidade evangélica.
Conclusão
Salientamos aqui, que NÃO temos o propósito de definir, julgar ou condenar.
Seja alguém, seja uma religião ou uma prática festiva comum.
Portanto, o nosso propósito aqui é apenas informar e educar, através da história e principalmente da Bíblia Sagrada, que sempre será a Palavra de Deus!
Pois a decisão de participação deve ser individual, seguindo a orientação de sua própria igreja ou comunidade cristã, conforme já afirmamos anteriormente.
Mas, diante de todo o conteúdo apresentado, qual a sua opinião sobre o assunto?
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